Liberdade além da mobilidade
Liberdade além da mobilidade

Sobre a Retenção Urinária

A Retenção Urinária é definida pela dificuldade em esvaziar naturalmente a bexiga. Não é uma doença em si, mas uma condição clínica causada, na maioria dos casos, por lesões medulares, mielomeningocele ou esclerose múltipla. Embora não seja tão conhecida, a Retenção Urinária afeta a vida e a liberdade de milhares de homens e mulheres no Brasil.¹

“Liberdade além da Mobilidade” é a mensagem central da campanha da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação e apoiada pela Coloplast. A campanha tem como objetivo dar luz a esta causa e mostrar os desafios enfrentados por quem tem retenção urinária.


Retenção Urinária Crônica

Diferente da retenção aguda, que é temporária, a retenção crônica é uma condição prolongada que afeta o funcionamento da bexiga e do esfíncter uretral, o músculo que controla o fluxo de urina.

Considerada uma disfunção do trato urinário inferior (DTUI), a Retenção Urinária Crônica também é conhecida como bexiga neurogênica.

Pode ser classificada como:


Neurológica

existe uma falha na comunicação entre o cérebro e o sistema urinário.


Obstrutiva

uma obstrução física impede o esvaziamento da bexiga.

Mais de 350 mil brasileiros

vivem com Retenção Urinária Crônica²

Cerca de
70%
dos indivíduos

com lesões na medula espinhal têm bexiga neurogênica³

Mais de
90%
das pessoas

com esclerose múltipla têm problemas de bexiga⁴

As Principais Causas da Retenção Urinária

Lesão na Medula Espinhal por Trauma

Lesão na Medula Espinhal por Trauma

Normalmente, são provocadas por acidentes de carro e ferimentos por armas de fogo. Em 80% dos casos, a vítima do trauma é do sexo masculino. 60% deles têm entre 10 e 30 anos².

Esclerose Múltipla (EM)

Esclerose Múltipla (EM)

A doença, de natureza neurológica e crônica, provoca inflamações na mielina e cria placas no cérebro e na medula espinhal. Fadiga, vertigem, fraqueza e problemas na bexiga são alguns dos seus sintomas.

Meningomielocele

Meningomielocele

A espinha bífida é uma malformação congênita na coluna vertebral que ocorre quando o desenvolvimento ou fechamento da medula espinhal de um bebê no útero não acontece de forma adequada.

Existem outros fatores que também podem levar à Retenção Urinária, incluindo:

Diabetes Mellitus
Doenças renais diabéticas
Lesões resultantes de cirurgias pélvicas
Hiperplasia prostática benigna (HPB)
Acidente vascular cerebral (AVC)
Esclerose lateral amiotrófica (ELA)
Outras doenças do neurônio motor (DNMs)
Câncer

Profissionais que tratam a Retenção Urinária

Médico Urologista Médico Urologista

Especialista em cuidar do trato urinário, que inclui rins, ureteres, bexiga e uretra. Ao contrário do que se pensa, o urologista também atende mulheres.

Enfermeiro Estomaterapeuta Enfermeiro Estomaterapeuta

O estomaterapeuta não trata apenas estomias. Além de fístulas, tubos, drenos e feridas, ele também cuida de quem tem Retenção Urinária e precisa fazer Cateterismo Intermitente.

Médico Fisiatra Médico Fisiatra

Especializado em reabilitação, o fisiatra cuida de condições que causam limitações ao paciente, como sequelas por lesões neurológicas ou dores crônicas, e pode indicar o Cateterismo Intermitente para pessoas com Retenção Urinária.

Fisioterapeuta Pélvico Fisioterapeuta Pélvico

Especialista que atua na reabilitação das disfunções do assoalho pélvico, que é o conjunto de músculos e ligamentos que sustentam órgãos como bexiga, útero, intestino e tudo que fica na região baixa do abdômen.


Tratamentos

Medicação Medicação

Solução geralmente utilizada em casos de Retenção Urinária temporária causada por infecções ou aumento de próstata⁵.

Fisioterapia Fisioterapia

Método escolhido quando a Retenção Urinária é causada pela dificuldade em contrair e descontrair os músculos da bexiga⁵.

Cateterismo Permanente Cateterismo Permanente

Esse método, que é mais utilizado em pessoas acamadas, consiste em inserir um cateter na uretra para drenar a urina da bexiga. O paciente fica com o cateter permanentemente, o que aumenta os riscos de infecções urinárias⁵.

Cirurgia Cirurgia

Para casos em que técnicas menos invasivas não funcionam, a cirurgia pode ser utilizada para aliviar a Retenção Urinária⁵.

Cateterismo Intermitente Limpo (CIL) Cateterismo Intermitente Limpo (CIL)

O Cateterismo Intermitente (CI) é o método mais indicado para o esvaziamento da bexiga de quem tem Retenção Urinária. O Cateterismo Intermitente Limpo (CIL)⁶ é a técnica mais difundida e consiste em introduzir um cateter na uretra para esvaziar a urina contida na bexiga de 4 a 6 vezes ao dia. Em seguida, os materiais devem ser descartados.

Vantagens do Cateterismo Intermitente Limpo (CIL)

  • Reduz o risco de infecções pela metade em comparação com os cateteres permanentes.
  • Pode ser feito fora do ambiente hospitalar.
  • Permite o esvaziamento periódico da bexiga de 4 a 6 vezes por dia.
  • Utiliza poucos materiais e exige apenas a limpeza das mãos e da região genital.
  • Permite a remoção da urina residual, o que evita a multiplicação de bactérias e infecções urinárias recorrentes.
  • Mantém a integridade anatômica e funcional do trato urinário superior.
  • Promove qualidade de vida e independência.
  • Melhora a sexualidade e a fertilidade.
Cadeirante segurando bola de basquete

Cateter Hidrofílico X Cateter Convencional

O Cateterismo Intermitente Limpo é realizado através de um cateter vesical, também conhecido como sonda de alívio. Nas duas últimas décadas, aprimoramentos de material, design, embalagem e revestimento tornaram os cateteres mais seguros e práticos. Conheça as diferenças entre o cateter hidrofílico e o cateter convencional.

Cateter Hidrofílico

Feito de poliuretano com revestimento hidrofílico, já vem lubrificado.

Já vem pronto para uso.

Possui orifícios polidos e lubrificados.

Reduz o risco de lesão na uretra, sangramentos e infecções urinárias.

Oferece fácil manuseio, inclusive para quem tem baixa destreza nas mãos.

Cateter Convencional

É preciso lubrificá-lo com
gel ou glicerina.

Antes da inserção, é preciso preparar o cateter.

Seus orifícios não são polidos nem lubrificados.

Oferece maior risco de lesão na uretra e infecções urinárias.

Mais complexo de ser manejado.

Dificuldades de Acesso

O Cateterismo Intermitente Limpo é considerado o melhor padrão de cuidado para o esvaziamento da bexiga. No entanto, 50% dos pacientes interrompem o CIL nos primeiros 5 anos de tratamento¹⁰. Além disso, existe a dificuldade em obter os cateteres hidrofílicos.


Infecções do Trato Urinário (ITU)

É comum que a urina contenha bactérias. Quando conseguimos esvaziar a bexiga regularmente, elas são eliminadas. Caso a urina fique retida, existe a chance das bactérias se proliferarem e provocarem infecções que, se não forem devidamente tratadas, podem resultar em complicações sérias, como a insuficiência renal.

Homem cadeirante
3.5 é a média anual de ITUs

contraídas por usu ários de cateteres intermitentes¹¹

50% dos usuários

se preocupam em machucar a uretra enquanto estão fazendo cateterismo¹²

41% dos usuários

de cateteres intermitentes consideram que contrair uma infecção urinária (ITU) é a sua maior preocupação¹¹

42% dos usuários

se preocupam em sentir dor ao fazer cateterismo¹²

84% dos usuários

se preocupam em ter uma infecção urinária (ITU) ao utilizar os cateteres intermitentes¹²

Mulheres são mais suscetíveis a ITUs

Devido à uretra mais curta, elas têm maior risco de contaminação por microrganismos. Embora o ideal seja não haver nenhuma incidência

Principais Fatores de Risco para ITUs

Adesão e Cumprimento do Tratamento

É habitual que indivíduos com Retenção Urinária não realizem o cateterismo com a regularidade adequada por diversos fatores como: tempo que leva o cateterismo com cateter convencional, as barreiras físicas e as mentais.

Cateterismo Intermitente

Os cateteres convencionais trazem mais riscos de infecção, já que causam fricção e podem lesionar a uretra, costumam deixar urina residual e precisam ser manipulados, o que aumenta a chance de passar bactérias das mãos para o produto.

Condições Gerais

Vários fatores podem influenciar as infecções urinárias (ITUs), como alta pressão intravesical, disfunções intestinais, diabetes e até mesmo idade e gênero.

Situações Locais do Sistema Urinário

Condições como pedras nos rins e na bexiga, aplicações de toxina botulínica e infecções prévias podem favorecer o surgimento de infecções urinárias (ITUs).

Como evitar as Infecções?

Siga a frequência de cateterismo recomendada pelo profissional de saúde.

Siga a frequência de cateterismo recomendada pelo profissional de saúde.

Não deixe de realizar o cateterismo por mais de 6 horas.

Não deixe de realizar o cateterismo por mais de 6 horas.

Mantenha uma higiene genital adequada.

Mantenha uma higiene genital adequada.

Limpe as mãos com sabão ou álcool 70% antes de manusear o cateter.

Limpe as mãos com sabão ou álcool 70% antes de manusear o cateter.

Só retire o cateter da embalagem no momento de usá-lo.

Só retire o cateter da embalagem no momento de usá-lo.

Consuma a quantidade de água sugerida pelo profissional de saúde.

Consuma a quantidade de água sugerida pelo profissional de saúde.

Interrompa a ingestão de líquidos 2h antes de ir dormir.

Interrompa a ingestão de líquidos 2h antes de ir dormir.

O cateter hidrofílico oferece menos riscos de infecções urinárias.

O cateter hidrofílico oferece menos riscos de infecções urinárias.

Vivendo com Retenção Urinária

A Retenção Urinária traz uma série de desafios ao dia a dia. Desde a preparação e planejamento para fazer cateterismo até os riscos de contrair infecções urinárias, lesionar a uretra e, consequentemente, as internações. Entre muitas outras dificuldades, também não é fácil encontrar locais acessíveis e banheiros adaptados. Dessa forma, a pessoa que vive com Retenção Urinária pode perder sua liberdade e autonomia para realizar as atividades da sua rotina.

Trabalho

Além de contar com kits de cateterismo no escritório, pessoas com Retenção Urinária precisam se atentar a reuniões e treinamentos longos e limitar o consumo de bebidas com cafeína. Para completar, não são todos os locais que têm banheiros acessíveis disponíveis. O cateter hidrofílico ajuda no dia a dia, porque já vem pronto para uso, além de reduzir os riscos de infecções urinárias. Dessa forma, a vida profissional dos usuários também pode ser menos impactada.

Trabalho

Vida social

Muitas vezes, a saúde mental e a vida social da pessoa com Retenção Urinária também são impactadas. Dois grandes motivos são a insegurança ao sair de casa e a dificuldade de encontrar locais acessíveis e limpos para fazer o Cateterismo Intermitente Limpo (CIL). Com o cateter hidrofílico, que já vem pronto para uso, esse processo é mais fácil e prático, além de reduzir os riscos de infecções urinárias.

Vida social

Viagens

Viajar também pode ser um desafio para quem tem Retenção Urinária. O cateter hidrofílico ajuda a trazer praticidade, uma vez que vem pronto para uso, permitindo que o usuário leve menos itens para suas viagens.

Viagens

Vida Íntima

A Retenção Urinária pode afetar a autoconfiança e o conforto durante atividades sexuais. Nesses momentos, o risco de contrair infecções também é significativo. O cateter hidrofílico tem um revestimento uniforme que reduz os riscos de infecções urinárias e lesões à uretra.

Vida Íntima

Atividades Físicas

Muitas vezes, por contraírem infecções urinárias com frequência, as pessoas que convivem com Retenção Urinária têm seus treinos esportivos impactados. O cateter hidrofílico reduz os riscos de infecções urinárias, oferendo mais autonomia para o usuário.

Atividades Físicas

Histórias de Superação

Conheça histórias de pessoas que sofreram lesões medulares, vivem com Retenção Urinária Crônica e hoje, com acesso aos cateteres hidrofílicos, têm qualidade de vida, liberdade e autonomia.

Bruno Landgraf

Bruno Landgraf

36 anos

“Eu era goleiro do São Paulo até que sofri um acidente de carro em 2006 e tive lesão medular C3 e C4. O esperado era que eu só mexesse meus olhos e o pescoço, mas me recuperei e continuei praticando esportes. Competi como velejador nos Jogos Paralímpicos de 2012 e de 2016 e, hoje, sou atleta de Rugby em cadeira de rodas. O cateter hidrofílico me dá muita tranquilidade. Não tenho infecções ou lesões e posso fazer tudo no meu dia sem preocupação e com qualidade.”

Daniela Bezerra

Daniela Bezerra

29 anos

“Em 2012, fui vítima de agressão por arma de fogo efetuada por um ex-namorado e tive lesão medular nível T11. O amadurecimento foi doloroso, mas me tornei uma mulher corajosa, forte e sem medo de aproveitar as oportunidades da vida. Hoje, sou paratleta de arremesso e lançamento, empreendedora, bióloga e fotógrafa. Com os cateteres hidrofílicos, não tenho limites! Eles me proporcionam segurança, conforto e qualidade de vida para onde quer que eu vá.”

Lucas Junqueira

Lucas Junqueira

35 anos

“Na reabilitação, conheci vários esportes para pessoas com deficiência, mas o rugby em cadeira de rodas foi paixão à primeira vista! Hoje, defendo a Seleção Brasileira e o RONINS Quad Rugby. A facilidade de usar o cateter hidrofílico em qualquer lugar me permite focar no que realmente importa: a competição e a paixão pelo esporte.”


Sobre

Logo da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação

A ABMFR é uma associação médica que representa os profissionais especializados em Medicina Física e Reabilitação, com foco na restauração da função das pessoas, atuando na prevenção, diagnóstico e tratamento não-cirúrgico de distúrbios associados às deficiências físicas, doenças, deformidades e a restauração física, mental, social, profissional e econômica máxima possível do paciente. A ABMFR promove e tem a responsabilidade na formação de médicos especialistas, além de prover condições para atualização permanente, sob a forma de ensino, pesquisa, educação continuada, desenvolvimento cultural e defesa profissional. Nossa missão é valorizar os médicos fisiatras, aprimorando suas condições científicas, profissionais e éticas, visando melhor qualidade no atendimento à população.

Logo da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é uma associação científica sem fins lucrativos, representativa dos médicos brasileiros especializados em Urologia, especialidade clínica e cirúrgica responsável pelo diagnóstico e tratamento das enfermidades do sistema urinário de ambos os sexos e do sistema genital masculino.
A entidade foi fundada em 13 de maio de 1926 e possui hoje 24 seccionais espalhadas pelo Brasil com a função de coordenar e monitorar a atividade urológica em seus Estados.

  1. NIH - National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. O que é retenção urinária
    • - MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: https://saude.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2024.
    • - FURLAN, J. M. Lesão medular: conceitos básicos. Jornal Brasileiro de Neurocirurgia, v. 12, n. 2, p. 97-100, 2001.
    • - Estudo epidemiológico de nascidos vivos com Espinha Bífida no Brasil. Brazilian Journal of Health Review. Disponível em: https://brazilianjournals.com.br. Acesso em: 29 jul. 2024.
    • - Doença atinge 35 mil brasileiros, principalmente mulheres. Diário da Manhã. Disponível em: https://dm.com.br. Acesso em: 29 jul. 2024.
    • - Prevalence of comorbidities in multiple sclerosis patients with neurogenic bladder. ScienceDirect. Disponível em: https://sciencedirect.com. Acesso em: 29 jul. 2024.
  2. FURLAN, J. C. et al. Global incidence and prevalence of traumatic spinal cord injury. Canadian Journal of Neurological Sciences, v. 40, n. 4, p. 456-464, 2013. Disponível em: https://www.cambridge.org/core. Acesso em: 07 jun. 2024
  3. DECLEMY, A. et al. Prevalence of comorbidities in multiple sclerosis patients with neurogenic bladder. Progrès en Urologie, v. 31, p. 732-738, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.purol.2020.10.011. Acesso em: 7 jun. 2024
  4. https://www.institutodaprostata.com/pt/blog/5-tipos-de-tratamento-para-o-alivio-dos-sintomas-retencao-urinaria
  5. Pannek J, Blok B, Castro-Diaz D, del Popolo G, Kramer G, Radziszewski P et al. EAU Guidelines on neurogenic lower urinary tract dysfunction. European Association of Urology. 2013
  6. https://doi.org/10.1590/S1677-5538.IBJU.2017.0221
  7. https://doi.org/10.1007/s11255-022-03172-x
  8. https://doi.org/10.1016/j.asjsur.2019.12.009
  9. Cameron AP, Wallner LP, Tate DG, Sarma AV, Rodriguez GM and Clemens JQ. Bladder management after spinal cord injury in the United States 1972 to 2005. J Urol. 2010; 184: 213-7
  10. https://doi.org/10.1155/2019/27578622
  11. Coloplast IC User Survey, 2016.